Adotar práticas ergonômicas no ambiente de trabalho não é apenas uma questão de conformidade legal — é uma estratégia comprovada para aumentar a produtividade, reduzir custos com afastamentos e fortalecer a retenção de talentos. Segundo dados do Guia NR-1 e Saúde Mental no Trabalho (2025), desenvolvido pela ElevaLife, os ganhos podem chegar a 25% de aumento na produtividade, além de melhorias significativas na saúde ocupacional e no engajamento das equipes.
Ergonomia como diferencial competitivo e estratégico
Com a evolução das normas trabalhistas, cresce também a consciência sobre a importância de transformar os espaços corporativos em locais que promovam bem-estar. Essa mudança de mentalidade abre caminho para que a ergonomia deixe de ser vista como um custo e passe a ser considerada um investimento estratégico de alto retorno.
João Barbosa, cofundador da ElevaLife e ergonomista certificado pela Abergo, reforça: “Mais do que cumprir obrigações legais, é hora das empresas entenderem o cuidado com o colaborador como um fator essencial para produtividade sustentável”.
A ergonomia na prática: benefícios tangíveis para empresas
Estudos apontam que empresas que aplicam ergonomia de forma consistente conseguem não só reduzir o número de afastamentos médicos, como também impulsionar o desempenho dos colaboradores e consolidar sua reputação como ambientes de trabalho responsáveis.
Uma pesquisa publicada pela EIGEDIN, focada na relação entre ergonomia e produtividade, analisou como problemas posturais, dores musculares e condições inadequadas afetam diretamente a performance nas tarefas do dia a dia. Ajustes simples, como a reorganização dos postos de trabalho, ginástica laboral e o monitoramento da saúde física dos colaboradores, mostraram-se eficazes na reversão desse cenário.
O impacto do home office e a adaptação necessária
Com a popularização do trabalho remoto após a pandemia de Covid-19, muitas empresas precisaram se adaptar rapidamente. Dados da Fundação Instituto de Administração (FIA) mostram que, em 2020, cerca de 46% das empresas brasileiras aderiram ao modelo remoto, total ou parcialmente.
No entanto, o retorno gradual ao modelo presencial impõe novos desafios: como reestruturar os espaços físicos para garantir conforto, segurança e eficiência? A ergonomia tem papel fundamental nessa nova etapa, ajudando a prevenir lesões, fadiga e perdas de produtividade.
LER/DORT: principais causas de afastamentos ocupacionais
Segundo levantamento da Previdência Social, divulgado pela CBN, as lesões por esforço repetitivo (LER) e distúrbios osteomusculares relacionados ao trabalho (DORT) representam cerca de 30% dos afastamentos por doenças ocupacionais no Brasil. Só em 2023, mais de 10 mil trabalhadores deixaram suas funções devido a essas condições, gerando custos elevados para empresas e para o sistema previdenciário.
Implementar programas de ergonomia eficazes pode mitigar esse cenário. Além de minimizar os afastamentos, eles promovem bem-estar e contribuem para uma cultura organizacional mais saudável.
Fatores psicossociais e a nova NR-1
A atualização da Norma Regulamentadora 1 (NR-1) trouxe um olhar mais atento aos riscos psicossociais. Questões como metas inatingíveis, jornadas excessivas, assédio moral, conflitos entre colegas e falta de autonomia afetam diretamente a saúde mental dos trabalhadores — e, por consequência, seu desempenho e permanência nas empresas.
Quando esses fatores não são devidamente gerenciados, o resultado pode ser aumento do presenteísmo (presença física sem rendimento), absenteísmo e alta rotatividade de profissionais.
Ferramentas práticas para promover ambientes mais saudáveis
Entre as soluções recomendadas estão a Análise Ergonômica do Trabalho (AET), treinamentos sobre boas práticas posturais, adaptação de mobiliário e a oferta de atividades como ginástica laboral. Esses recursos não apenas reduzem riscos físicos e mentais, mas também criam um ambiente mais acolhedor e motivador.
Uma pesquisa publicada no Journal of Labor Economics, conduzida pela Universidade de Warwick (Reino Unido), revelou que funcionários mais felizes podem ser até 12% mais produtivos. Ou seja, investir em ergonomia e saúde ocupacional não é apenas uma obrigação legal, mas uma forma inteligente de garantir vantagem competitiva.
Conclusão
Ao olhar para o futuro do trabalho, fica claro que o cuidado com o bem-estar do colaborador é decisivo para o sucesso de qualquer organização. Ergonomia não é apenas prevenção — é produtividade, sustentabilidade e respeito à saúde física e mental dos times.
Empresas que entendem isso já estão colhendo os frutos. As que ainda não iniciaram essa transformação, têm agora a oportunidade de dar um passo à frente.