Estudo da IFI revela que gastos crescerão além do teto fiscal já em 2026
Um recente estudo da Instituição Fiscal Independente (IFI), vinculado ao Senado Federal, projeta que os gastos com saúde pública no Brasil crescerão em média 3,9% ao ano acima da inflação nos próximos dez anos — representando um acréscimo aproximado de R$ 10 bilhões por ano.
Esse ritmo supera em muito o limite estabelecido pelo novo arcabouço fiscal, que permite uma expansão máxima de 2,5% ao ano nas despesas primárias. Isso deixa claro que o sistema de saúde já pressionará o teto de gastos quebrado a partir de 2026, a menos que haja realocação de recursos ou cortes em outras áreas.
Saúde: subfinanciada e com desafio de longo prazo
O estudo também mostra que, mesmo considerando o patamar atual, o financiamento do sistema de saúde brasileiro está abaixo da média dos países da OCDE. Embora o país destine cerca de 9,1% do PIB para saúde, o gasto per capita é de apenas US$ 1.573, contra uma média de US$ 4.986 entre os países da OCDE.
Caso o Brasil tentasse chegar ao mesmo padrão de cobertura desses países, o gasto teria de dobrar para cerca de 19% do PIB, o que seria inviável sob as regras fiscais atuais.
Demografia e tecnologia: fatores que pesam no orçamento
Embora o envelhecimento da população gere maior demanda por serviços, o estudo aponta que o impacto mais expressivo vem da inflação médica, acelerada pela incorporação de inovações tecnológicas e pela inclusão de parcelas ainda sem acesso universal.
Entre 2004 e 2015, a inflação da saúde superava o IPCA em 1,27 ponto percentual — entre 2022 e 2024, esse diferencial subiu para 2,82 pontos, efeito da pandemia e evolução tecnológica. O estudo, mesmo usando premissas conservadoras (superior ao IPCA em apenas 1 ponto), projeta aumento contínuo dos gastos.
O dilema fiscal: manter o teto ou ampliar o acesso?
A análise da IFI deixa claro que, para manter o padrão atual de integralidade e qualidade do sistema, sem flexibilizar o teto fiscal, será necessária a realocação de recursos de outras áreas essenciais.
Esse desequilíbrio fiscal pode comprometer investimentos públicos prioritários, gerar contingenciamento de agências reguladoras e acabar com a previsibilidade orçamentária — impactando não apenas o SUS, mas toda a estrutura de suporte ao cidadão.
Principais Fatores
- Crescimento real dos gastos com saúde social acima do teto fiscal permitido (3,9% x 2,5%).
- Aumento de até R$ 10 bilhões ao ano na necessidade de financiamento.
- Gasto per capita no Brasil equivale a um terço da média da OCDE.
- Tecnologias, ampliação de cobertura e envelhecimento são forças impulsionadoras.
- A escolha é clara: reformar o gasto ou comprometer a sustentabilidade do sistema.
O papel das empresas e da sociedade
A pressão crescente sobre os orçamentos públicos para suportar os custos da saúde exige reformas estruturais e escolhas claras. Essa realidade impacta tanto as políticas públicas quanto a forma como empresas e pessoas dependem dos serviços de saúde.
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