Orçamento

Sami cria plano de saúde restrito à Zona Leste de SP

Em uma nova tendência no setor de saúde, a operadora Sami introduziu um plano de saúde com cobertura restrita à Zona Leste de São Paulo, a região mais populosa da cidade, com cerca de 4 milhões de habitantes. Esse movimento segue o exemplo da Porto, que já oferece produtos com abrangência por bairros.

A iniciativa visa reduzir os custos crescentes da saúde, que estão subindo três vezes mais rápido que a inflação. As despesas médicas mais altas geralmente vêm de internações e procedimentos hospitalares, e com isso, as operadoras estão optando por planos com cobertura hospitalar restrita para evitar que os pacientes utilizem esses serviços para atendimentos mais simples.

Fundada em 2020, a Sami é uma das quatro startups de planos de saúde surgidas durante a pandemia, junto com Leve, Alice e Qsaúde (que se uniram no ano passado). A empresa oferece planos para pequenas e médias empresas e conta com 20 mil usuários. Fundada pelo médico Vitor Asseituno, a Sami é apoiada por investidores como Monashees, Redpoint, Valor Capital e Canary.

De acordo com Asseituno, a empresa planeja expandir seus planos regionalizados para as zonas Norte, Sul e Oeste de São Paulo. O novo plano da Zona Leste tem um custo de R$ 168, representando uma redução de 16% em relação ao plano básico da Sami. Atualmente, 20% dos clientes da Sami estão na Zona Leste, e a empresa credenciou o Hospital Santa Virgínia, com aproximadamente 100 leitos, para atender a essa demanda. Asseituno ressalta que a maioria dos procedimentos pode ser resolvida em consultórios ou via telemedicina, minimizando a necessidade de atendimento hospitalar.

“Maior parte dos casos não precisa de atendimento hospitalar”

Vitor Asseituno

Além disso, a Sami adotou um modelo de médico de família, similar ao SUS e a sistemas de saúde europeus, onde o paciente deve ser atendido por um médico de família antes de ser encaminhado a um especialista, exceto para oftalmologia, dermatologia e ginecologia. Exames laboratoriais poderão ser realizados fora da Zona Leste.

A Porto foi a primeira a implementar um plano regionalizado, cobrindo dez bairros da cidade, cada um com hospital e laboratório credenciados. Consultas podem ser feitas em qualquer localidade. O plano da Unimed Nacional para a Zona Leste está atualmente suspenso.

Outras operadoras estão desenvolvendo planos com cobertura local, redes credenciadas menores, maior co-participação e menos reembolso, buscando atender à demanda por planos menos onerosos. Sami acredita que o novo plano ajudará a ampliar sua base de usuários em 50% nos próximos 12 meses, com uma receita anualizada de R$ 110 milhões e uma taxa de sinistralidade entre 70% e 80%. A operadora continua a ajustar preços e oferecer produtos com co-participação para controlar a utilização do plano.

Título da Matéria: Sami cria plano de saúde restrito à Zona Leste de SP
Fonte: Valor Econômico
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