A partir de maio de 2025, todas as empresas brasileiras, independentemente do porte, deverão implementar ações práticas de prevenção e cuidado com a saúde mental dos colaboradores. Essa exigência surge a partir da atualização da Norma Regulamentadora nº 1 (NR-1), publicada pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), que passa a considerar fatores psicossociais como parte do gerenciamento de riscos ocupacionais.
O que muda com a nova NR-1?
A nova versão da NR-1 amplia a definição de segurança do trabalho ao incluir riscos relacionados à saúde mental, como:
- Estresse crônico,
- Pressões abusivas por desempenho,
- Assédio moral,
- Jornadas prolongadas e desumanas.
Esses elementos passam a ser monitorados, avaliados e controlados pelas empresas. Ou seja, promover um ambiente psicologicamente saudável se torna uma obrigação legal, não apenas uma escolha ética ou estratégica.
Segundo a terapeuta integrativa Fernanda Maiochi, que atua há mais de 20 anos em grandes corporações, essa atualização é um divisor de águas para a cultura empresarial. “A saúde emocional dos trabalhadores finalmente passa a ser tratada como parte essencial da gestão de riscos no ambiente de trabalho”, afirma.
Saúde mental e performance organizacional: dados que comprovam
A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que cerca de 12 bilhões de dias de trabalho são perdidos anualmente em razão de doenças como ansiedade e depressão. Isso representa um impacto de quase US$ 1 trilhão por ano na economia mundial.
Ainda segundo a OMS, cada US$ 1 investido em programas de prevenção e tratamento da saúde mental gera um retorno estimado de US$ 4 em produtividade. Isso se traduz em:
- Redução do absenteísmo,
- Menor rotatividade de pessoal,
- Equipes mais engajadas e resilientes.
Dados do Relatório Global de Tendências de Capital Humano da Deloitte, realizado em 95 países, também reforçam que a sustentabilidade humana no trabalho é um fator-chave de crescimento. À medida que as atividades se tornam mais dinâmicas e complexas, competências como empatia e escuta ativa são fundamentais para o sucesso das empresas.
Implementação exige cuidado e estratégia
Para que a exigência legal não se torne apenas uma formalidade, é fundamental contar com profissionais especializados. Fernanda Maiochi ressalta a importância de programas bem estruturados e conduzidos com confidencialidade e respeito. “Não se trata apenas de cumprir uma norma para evitar penalidades. É necessário criar iniciativas reais que impactem positivamente a vida dos colaboradores e tragam resultados sustentáveis para as empresas”, explica.
Outro ponto destacado é a capacitação de líderes e gestores para que reconheçam sinais de risco e saibam como agir preventivamente. “A mudança precisa partir de cima. Um gestor preparado pode transformar toda a cultura de uma equipe”, complementa Fernanda.
Pequenas empresas também devem se adequar
A obrigatoriedade atinge empresas de todos os tamanhos, mas isso não significa altos investimentos para os pequenos negócios. A recomendação é que as ações sejam compatíveis com a estrutura e realidade de cada organização.
“O essencial é começar. Pequenas empresas também podem criar ambientes acolhedores, abrir canais de escuta e oferecer apoio emocional com recursos acessíveis”, destaca Fernanda.
Saúde mental como diferencial estratégico
Com a proximidade do prazo de adequação, empresas que se anteciparem poderão sair na frente ao integrar o cuidado com a saúde mental em sua cultura e estratégia corporativa. Além de estar em conformidade com a legislação, isso fortalece a imagem institucional e melhora a retenção de talentos.
A mentalidade de que saúde emocional é responsabilidade exclusiva do colaborador está ficando para trás. Agora, as organizações são corresponsáveis pelo bem-estar dos seus times, e isso deve ser refletido em ações contínuas, planejadas e transparentes.
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